VACINA
HPV vacinar ou não vacinar
O vírus HPV possui mais de 100 subtipos virais. As vacinas anti-HPV são eficazes em quase 100% para a população que nunca teve contato com os vírus contidos nelas. Entretanto, mesmo já havendo contato com o vírus, a vacina deve ser realizada de modo que possui reação de imunidade cruzada contra outros subtipos de HPV.
Nas pacientes que se vacinarem e fizerem o exame papanicolau anual, a proteção para o câncer de colo uterino pode chegar a 97/98%, segundo o modelo matemático feito por Schiller. A eficácia em relação à diminuição de lesões pré cancerigenas do colo uterino aproxima-se de 35 a 40% , estimando-se que as mulheres vacinadas tenham menos chance de desenvolver essas lesões no futuro.
Os estudos mais atuais mostram que meninas a partir de 9 anos devem ser vacinadas, e que não existe limite de idade para vacinação!
OBS: A vacina não é indicada em grávidas, nem em pacientes imunossuprimidos, por falta de estudos completos que provem a segurança nesses grupos de pacientes.
Duas vacinas para o HPV estão disponíveis no mercado brasileiro.
• Vacina Quadrivalente
Induz a formação de anticorpos neutralizantes contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV . Inclui, então além dos subtipos oncogênicos mais freqüentes 16 e 18, os subtipos 6 e 11, que são de baixo risco para câncer, porém principais responsáveis pelas verrugas anogenitais, papilomatose recorrente de laringe juvenil por contaminação no parto transvaginal e pelos condilomas de Bushcke-Lowenstein, que são condilomas gigantes benignos, porém muito agressivos localmente (invadem estruturas vizinhas) e pouco responsivos à terapêutica habitual, com grande número de recidivas.
• Vacina Bivalente ou Oncogênica
Induz a formação de anticorpos neutralizantes contra os subtipos 16 e 18 do HPV, os mais freqüentes implicados na carcinogênese cervical, ou seja, no processo etiológico do câncer de colo de útero. A vacina oncogênica tem parcial proteção cruzada contra os HPV 31 e 45, segundo artigo publicado na revista Lancet, o que confere cobertura para os subtipos de HPV mais freqüentes implicados na carcinogênese cervical, aumentando dessa forma a abrangência dos vírus associados ao câncer cervical uterino.
Qual vacina devo tomar???
A vacina oncogênica tem a vantagem de realizar proteção cruzada para outros dois subtipos de HPV oncogênicos, e os níveis de anticorpos são mantidos mais altos por mais tempo pelo adjuvante que essa vacina contém. São mais indicadas para mulheres que possuem a prole constituída.
Já a vacina quadrivalente, além da prevenção do câncer, previne as verrugas genitais. É a vacina mais indicada, sobretudo em mulheres sem relação estável, já que as verrugas são muito mais contaminantes que as lesões pré-cancerosas desenvolvidas pelo vírus HPV. Essas pacientes, devem revacinar em 10 anos, inclusive podem ser revacinadas com a vacina bivalente, pois os níveis de anticorpos caem após esse período diminuindo a proteção.